Primeiro Dia de Aula


Imaginado por Cleite Fontenele


Hoje recomeçam as aulas na maioria das escolas.

Para as mães que estarão enfrentando este momento pela primeira vez, eu digo: é um dia inesquecível!

Mesmo antes do primeiro dia, nós passamos por vários questionamentos e dúvidas: ficamos aflitas, receosas, tristes, orgulhosas, com medo.

Será que meu filho vai gostar? Será que vai fazer pra ele? Ele vai sentir muito a minha falta? Vai se adaptar? Eu escolhi a escola certa? Os professores saberão lidar com possíveis dificuldades de adaptação do meu filho?

É lá vamos nós, preparando os pequenos, mas nos preparando também para romper um pouco este cordão. Comigo foi difícil. Achei que podia não ser a hora certa pra minha filha, que ela poderia sofrer e não se adaptar, que eu não estaria por perto, que estava precipitando...

Mas também pensava que seria bom pra ela conviver com outros pequenos pra se socializar mais, melhorar a timidez e se soltar um pouco mais de mim, já que desde que nasceu nós estávamos juntas quase 24 horas por dia!

Como seria essa transição, então? Noites em claro antes do primeiro dia, mas ao mesmo tempo muito incentivo, já que ela pedia pra ir pra escolinha antes de completar dois anos. Ela visitou todas conosco e participou da escolha final. Foi realmente a que nós mais gostamos e nos transmitiu segurança e capacitação.

Então chegou o dia: tomar banho, arrumar a mochila, vestir o uniforme, expectativas e sorrisos... Até entrar na sala de aula e precisar se despedir. Ela não queria ficar, chorava, pedia pra sair. E foi igual no dia seguinte, e no outro, e no outro também. E, ao mesmo tempo em que a gente ia incentivando, quando ela desabava na escola a gente se questionava se estávamos certos, se aquele sofrimento dela valia a pena, ou se devíamos desistir.

E insistimos. Conversávamos com ela todo dia, tentávamos receber algum sinal pra saber o que fazer: parar ou continuar. E nos prós e contras, a gente ia deixando, porque ela contava coisas que mostrava que após aquele choro inicial era bom estar ali. Apenas ficar longe da gente de uma hora pra outra era estranho, por isso a dificuldade em dar tchau.

Então aquela dorzinha no coração passou e chegar à escola não era mais com tristeza, e sair de lá era um momento cheio de coisas novas pra contar: a brincadeira, as musiquinhas aprendidas, os coleguinhas... E junto, a melhora da timidez, a socialização, as amizades novas, a segurança e a autoconfiança: o “eu consigo fazer sozinha, mamãe” cheio de orgulho que nos emociona e que no final de tudo nos diz: sim, vocês acertaram!
É claro que toda criança tem seu tempo, por isso a gente ficava tão preocupado em perceber em cada gesto dela o que era bom ou ruim. Por isso a gente “media” o dia-a-dia. Já soube de mães que desistiram porque não conseguiram lidar com este sofrimento inicial, de outras porque a criança realmente sofria muito e os dias passados não melhoraram este sofrimento.

Por isso eu digo: não existe receita – existem crianças que estão entrando para um mundo novo. Cada uma encara de uma forma diferente, e cabe a nós ter a sensibilidade de saber se a hora é de insistir ou desistir.

Até porque eu terminei não falando de um outro grupo, que não é pequeno: daquelas crianças que chegam à escola e, mesmo sendo grudada nos pais como minha pequena, olha pra trás e diz: tchau, mãe. Tchau, pai. E eu posso dizer que isso existe, não é papo de diretora querendo tranqüilizar pais aflitos. Mas aí também se prepare: quem talvez chore e se sinta abandonado é você!

Não é nada fácil, mas vale muito a pena!!!

11 comentários:

Cristiane A. Fetter on 11 de fevereiro de 2008 às 07:29 disse...

Graças a Deus eu não passei por isso.
A primeira vez que o Dudu foi para a escolinha, apesar de ser novo (lingua, clima, pessoas), ele ficou muito curioso e não chorou e nem demonstrou susto.
Colocamos primeiro 3 vezes por semana durante 2 horas e meia, aqui não existe adaptação, então eu fiz a minha. Ele demorou uns 4 meses para começar a falar, já que estava aprendendo outra lingua.
Na escolinha diziam que se a gente insistisse em ficar seria pior, ele nos veria e ficaria chorando para ir embora, o que era verdade.
Depois passamos ele para período integral e ele adora. Claro que toda vez que vamos levá-lo ele faz o maior drama, diz que não quer ir, que quer ficar "na casa", mas quando chega lá nem olha para a gente, e na hora de buscar nao quer ir embora.
Não existe receita mesmo.
Grande post.
Beijocas

Cleite disse...

Cris, hoje mais uma vez foi o primeiro dia de aula pra gente. Escola nova e bem grande, novos receios e medos... Será que ela ia chorar? Será que ia ser difícil como no ano passado?
Que nada!!!
Entrou feito uma mocinha, dando tchau e chegou cheia de coisas novas pra contar! Eu é quem fiquei aflita até a hora da saída(rs)! Mas correu tudo bem e mais uma vez pude constatar: ela está crescendo, eu que não quero aceitar... Beijo.

carinaschirrmann on 11 de fevereiro de 2008 às 16:50 disse...

Bom, eu ainda não tive "essa" experiência. Mas o meu pequeno já foi passar UM dia na escolinha, como convidado... O resultado é esse:
http://carinaschirrmann.wordpress.com/2007/11/09/ainda-nao-saiu-de-casa-mas-quase/

Eu me incluo na categoria de pais abandonados hahahahha

Beijos, Cá!

Cristiane A. Fetter on 11 de fevereiro de 2008 às 16:57 disse...

Carina, com uma mãe tão cheia de imaginaçao como você, ele vai tirar de letra, e você também, risos.
Beijocas

Antônia on 11 de fevereiro de 2008 às 17:55 disse...

Hoje passei por isso pela segunda vez. Mas com o Lucas foi tudo diferente, escola tinha sido preparada a atenção seria diferenciada, enfim... já hoje com o Victor foi tudo comum e normal mas para nós foi uma experiência única.
Ainda bem que ele só chorou na hora de vir pra casa rs rs.

Cris, como está a mão?? Espero que esteja bem.

Bjs

Cleite Fontenele disse...

Carina, ontem me senti assim com minha filhota. Fui preparada pra vê-la chorar e fazer como no ano passado. Afinal, muito tempo de férias, escola nova e muito grande, nova "tia" e novos amigos. Que nada! Já estou naquele grupo que se sente abandonado e não entende como o tempo passa rápido e essas criaturinhas vão se soltando da gente. Mas foi ótimo! outro dia inesquecível! Se apenas sua experiência de um dia foi tão legal, imagina quando ele entrar mesmo na escolinha...

Cleite Fontenele disse...

Antonia, é exatamente isso, pra gente é sempre uma experiência única, um dia inesquecível!!! Com ou sem lágrimas, a gente nunca vai se equecer do primeiro dia de aula.

Ana Cláudia Bessa on 12 de fevereiro de 2008 às 04:24 disse...

Gente, passei por isso, ontem!
Será que não era cedo? rs...
Afinal, começo0u não pára nos próximos 20 anos!
E a vidinha dele, sem horário, sem compromisso?
3 anos e meio e já vai começar?
Ah...muito cedo....rs

Mas ele quer e eu só comecei a me movimentar para escolher escola quando ele manifestou o desejo.

Pois ele adorou, fiquei por lá de garantia e ele ficou brincando o tempo todo, não queria ir embora!

Essa semana as aulas dos iniciantes será apenas de 1 hora e meia, são as condutas da escola para facilitar a adaptação.
Como eu tenho essa possibilidde, achei legal, ser devagar.
Por enquanto, está indo muito bem!

Mas que é cedo...rs...ah...é!
;0)))

Cleite Fontenele disse...

Ana, apareceu a margarida!!!
Quando aconteceu comigo, nenhuma escola dava este mole de ficar só 1h e meia não. Eram 3 horas. Nesta escola nova nem existe isso pra quem entra pela primeira vez, são 4 horas mesmo. Mas o importante é que o seu filhote ficou bem e mesmo concordando com você (é muito cedo), a escola fez um bem danado pra filhota. Eu e o maridão também falávamos o tempo todo: caramba, agora que começou, não tem volta. Só depois da faculdade que ela pára!!! É um susto se dar conta disso, não é??? Beijos pra família e apareça! Você está me devendo um e-mail.

Cristiane A. Fetter on 12 de fevereiro de 2008 às 07:53 disse...

Oi Antônia, está melhorando, ainda sinto muitas dores, mas o médico disse que é assim mesmo, ainda tenho 4 semanas de imobilização.
Beijocas

Viviane disse...

Cleite, adorei saber que você está escrevendo de novo! Você sbe que sou fã dos seus textos!

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