Casa Nova, Vizinhos Novos

Quem me visita sabe que mudei de casa e de cidade, se fosse no Brasil eu teria mudado de bairro, já que saí de uma cidade com 26 mil habitantes e mudei para uma de 7 mil. Menor, (se é que se pode dizer que a outra era grande, risos) mais organizada, toooooooooooooodo mundo se conhece, o centro da cidade é um ovo, peraí, ovo é exagerar...

O centro tem um grande rua principal, onde fica a prefeitura, um banco, um posto de gasolinha. Não é um centro bonito nem charmoso, mas dá para o gasto. Na realidade a cidade foi formada em 1905 por uma dissidência de outra chamada Harrington Park, esta sim charmoseeeeeeeeeeerrima.

População predominantemente branca 70%, mas com 19% de asiáticos, aliás quando eu saio de casa tenho a impressão que estou na Korea ou na China de tanto restaurantes destes povos, tem até restaurantes de lugares específicos como Cantão na China. Até os donos desta casa que alugamos são Koreanos.

A rua que eu moro é uma delícia, exatamente o que eu procurava, tranquila (o trânsito é só dos moradores), silenciosa (a não ser pelos trens de carga de uma linha próxima, que não passam toda hora, mas quando passam demora uns 15 minutos, risos), com um jardim legal e a casa é maior que a outra.

A maioria dos meus vizinhos são de americanos (filhos da geração de imigrantes que chegou por aqui) e que moram a pelo menos uns 40 anos na mesma casa. Pela frase anterior dá para perceber que a idade média é de 65 anos para cima, o que é legal, já que eles entendem o que é ser estrangeiro, tendo em vista que seus pais são ou foram.

Simpáticos, prestativos, vieram se apresentar (exatamente como nos filmes americanos que vemos no Brasil), se deixaram disponíveis para qualquer ajuda.

Tem a Sally que é dona de uma schinauzer que tem a mesma idade do meu schinauzer, e que se chama Cindy. Ela já me deu a agenda da cidade e a melhor pet shop que aqui existe.

Tem um casal em especial foi muito simpático é o George Robert e a Mildred, ela praticamente me adotou e erradamente pensou que estivéssemos acabado de chegar do Brasil. Queria me levar ao supermercado, a farmacia, ao dentista, ao shopping mais próximos e ficou meio decepcionada quando entendeu que eu já conhecia tudo e já tinha meus médicos e lugares preferidos, mas mesmo assim me convidou para almoçar e visitarmos alguns lugares que ela quer me mostrar. Ela tem 71 anos e o marido 77. Estão inteiraços e fazem tudo em casa e cuidam do seu jardim. Ele aposentado da companhia de energia elétrica, ela aposentada depois de 25 anos como professora de matermática para o ensino médio, mas mesmo assim ainda tem alunos particulares.

O vizinho logo da frente, o Eric, já até nos ajudou a limpar o quintal das folhas que cairam das árvores, gente boa mas é o mais fechado até agora, bem como a esposa que ainda não conhecemos.. Tem também um cubano, o Pedro, aposentado da AT&T, que mora na mansão do fim da rua, tem uma cadelinha cubana, um super conversível, mas que vive a pé e adora um papo.

Até aí tudo bem, fazem 30 dias hoje que nos mudamos, mas dois destes adoráveis vizinhos já começaram a controlar nossas vidas, risos, isso mesmo. No outro dia, eram uma 8 da noite, eu ouvi na parte de trás da minha casa uns barulhos e quando cheguei até a varanda lá estava uma criatura encapuzada abrindo a porta da minha sala e o meu cachorro latindo, era a Sally, dona da cadelinha Cindy, que veio "gentilmente" colocar meu cachorro para dentro, já que ela "acha" que ele não deve ficar sozinho lá fora. Depois do susto eu disse a ela que não precisava fazer isso, já que ele usa uma coleira especial que não o deixa fugir, ela respondeu que também não acha certo ele usar esta coleira e que o melhor mesmo era ele ficar dentro da minha casa. Ahnnnnnnnn?

Já a Millie (que é o apelido de Mildred), veio reclamar comigo em uma terça-feira, que tinha tocado a minha campainha na segunda as 7 horas da manhã e que ninguém atendeu. Ela me perguntou se eu AINDA estava dormindo ou se havia saido, já que ela queria falar comigo e eu não respondi. Ahnnnnnnnnnnnnnnnnn?

Não preciso nem explicar que vou precisar de muito tato para lidar com vizinhos assim, gentis, mas que se sentem na obrigação de controlar a vida dos outros, risos. Que terei que mostrar seus limites. Esta é uma situação bem diferente em relação a outra cidade em que vivíamos. Lá as pessoas eram mais fechadas, menos sociais.

Vamos ver como será na primavera e verão, quando todos ficam mais tempo fora de casa, aproveitando o clima bom, fazendo seus churrascos de hamburguer e salsicha.

Acho que terei muito assunto para o blog, risos.